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domingo, 14 de julho de 2013

Soneto aos Meus Cachorros

Pelo caminho das tuas patas
Já tentei seguir feito um vira lata
Procurando o osso que tu não precisas roer
Essa tal humanidade que contigo sei que posso aprender
 
Pois mesmo quando te grito ou digo um severo ‘não!’
Me recebes outra vez  com carinho lambendo minha mão
Tenho orgulho de sentir o perdão mais sincero
E seguir o teu exemplo é o que eu mais quero
 
Tua companhia é o meu santo remédio
Uma bola, um graveto, o teu próprio rabo, tudo tem utilidade
Quisera eu saber lidar assim com o tédio 
 
Amigo cão tu és a própria felicidade
E eu quero que esta poesia sirva de intermédio
Para comemorar a nossa infinita amizade
 
 
Não existe criatura mais fiel que o cachorro
E isto todo mundo há de concordar
Pois está sempre pronto a prestar socorro
A qualquer hora e em qualquer lugar
 
Além de fiel és o mais valente também
Pois não te importas saber o tamanho que tem
Enfrenta todas as formas sem conhecer  força ou estatura
Lição de valor para qualquer cultura
 
E todas essas virtudes que Deus te deu
São coisas que temos de aprender
Porque na gente de hoje de repente tudo isto desapareceu
 
Ora meu parceiro, não sei bem como isto aconteceu
Sei que noutra vida serei um cão para coisa alguma temer
Meu cachorro, aceite minha proposta: me dá tua coleira que a tua vida quero viver
 
 
Quando te afago
Afago por dentro o meu peito
Ao te ver feliz desse jeito
Balançando o rabo
 
Só te dei água, comida e um abrigo
E você me mostra tudo aquilo que não se pode comprar
Quando escuto tua alegria ao me ver chegar
- Que saudades senti de ti meu amigo!
 
Fico imaginando se fosse diferente
Se fosse você que entrasse pela porta da frente
Tamanha afetividade eu não saberia transmitir
 
Mas quando um compromisso me faz partir
Sempre acaricio o teu pelo mais uma vez para sentir
Que esta nossa amizade sempre nos torna presente. 

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